quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Dúvida sobre ficar no governo é 'superada', e Temer pode contar com PSDB, diz Aécio

Aécio Neves concedeu entrevista coletiva após participar de reunião da executiva nacional do PSDB (Foto: Alessandra Modzeleski) 

Licenciado do comando do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira (9), após participar de reunião da executiva nacional do partido, que a discussão sobre o eventual desembarque da legenda do governo Michel Temer é uma questão "superada" para os tucanos.
Principal defensor da aliança com Temer dentro do PSDB, Aécio disse a jornalistas, na sede nacional da sigla, que o presidente da República pode "contar" com os quadros da sigla enquanto "achar necessário".
O PSDB é um dos principais partidos da base aliada de Temer e, atualmente, comanda quatro ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).
"Nosso entendimento é de que essa questão [saída do governo] está superada. Enquanto o presidente da República achar necessário contar com os quadros do PSDB, ele terá liberdade para fazê-lo. No momento em que achar diferente, o PSDB respeitará isso e não mudará a sua postura de compromisso total e unitário com relação às reformas", declarou o senador mineiro.
Apesar de Aécio ter tentado demonstrar que o partido está unido em torno do governo Temer, há uma divisão interna na legenda sobre o apoio ao peemedebista.
Na semana passada, na votação na qual a Câmara barrou a denúncia de corrupção contra Temer, 21 dos 47 tucanos votaram a favor de a acusação ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
Ao orientar a bancada tucana no plenário da Câmara, o líder do PSDB Ricardo Tripoli (SP) chegou a recomendar que os deputados da legenda votassem contra Temer.
Somente na bancada de São Paulo – que é da ala do partido comandada pelo governador Geraldo Alckmin –, dos 12 deputados tucanos, 11 votaram pelo prosseguimento da denúncia de corrupção contra o presidente da República. Alckmin disputa internamente a indicação para concorrer à Presidência no ano que vem pelo PSDB.
A executiva tucana se reuniu na manhã desta quarta, em Brasília, para discutir a convocação de um congresso nacional e de convenções partidárias para as eleições de 2018. Além disso, os tucanos avaliam como será a revisão e atualização do programa e dos estatutos partidários.

Pré-candidato

Na avaliação de Aécio Neves, se o partido entrar em consenso sobre quem será o pré-candidato para a Presidência da República na eleição do ano que vem, o nome será divulgado em dezembro.
"Para que ele [eventual candidato] possa, a partir dessa indicação, iniciar também conversas com outros setores da sociedade e com outros partidos", ponderou.
No entanto, o PSDB também trabalha com um cenário em que até dois nomes possam ser levantados como pré-candidatos. Nesse caso, destacou Aécio, o prazo para definir um nome se estenderia para fevereiro ou março de 2018.
"Em havendo mais de um nome colocado por setores expressivos do partido, nós decidiremos nas prévias, em fevereiro ou março, para, aí sim, definir de forma objetiva e definitiva qual o nome o PSDB lançará à Presidência da República", declarou.

'PSDB errou'

Na noite de terça-feira (8), o PSDB passou a vincular inserções partidárias na qual o partido diz que os tucanos erraram, sem dar detalhes de quais seriam esses erros.
As chamadas do partido no rádio e na TV convidam os eleitores a assistirem ao programa partidário do PSDB, que será exibido na próxima quinta (17), às 20h30, no rádio e na TV. O tema será “É hora de pensar o país”.
“O PSDB errou e tem que fazer uma autocrítica. Não adianta pedir desculpas”, diz trecho da propaganda tucana.
Ao ser questionado nesta quarta-feira por repórteres sobre quais seriam os erros aos quais a propaganda partidária se refere, Aécio se limitou a dizer que não participou da elaboração do programa.
"Na verdade, acho que é uma tentativa de reconexão do PSDB com a sociedade. É uma tentativa de comunicação, de mostrar que, além dos acertos que nós tivemos, e não foram poucos, certamente o PSDB cometeu alguns equívocos", disse o senador de Minas, sem dar mais detalhes.
 

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