O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho,
foi citado na terceira delação premiada seguida como beneficiário do
esquema de corrupção com recursos da Petrobras. Ele foi apontado pelo
ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, como um dos políticos
contemplados com parte dos R$ 150 milhões que o ex-dirigente da
subsidiária diz ter cobrado de propinas às empreiteiras para beneficiar a
classe política. Vitalzinho exerceu o cargo de senador até 2014, quando
presidiu a CPI Mista da Petrobras.
Vital do Rêgo
O
primeiro a citar Vitalzinho em uma delação foi o ex-senador Delcídio do
Amaral (ex-PT). Segundo ele, o ministro, quando presidia a CPI Mista,
participava de reuniões com empreiteiros para cobrar propinas. Junto com
ele, segundo o delator, participavam também o ex-senador Gim Argello
(PTD-DF), atualmente preso, e o deputado federal Marco Maia (PT-RS). O
empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, revelou ter pago R$ 5
milhões aos parlamentares para se livrar de convocação.
Vitalzinho
e Gim Argello também foram citados na delação premiada do executivo da
Andrade Gutierrez, Gustavo Xavier, em depoimento à Polícia Federal. Ele
disse que houve um almoço na casa de familiares do ex-senador Gim
Argelo, no qual também esteve o ex-senador Vital do Rêgo, em que foi
falado sobre a preocupação da CPMI da Petrobras em “não prejudicar as
empreiteiras”. O objetivo, segundo ele, era cobrar propina para que os
empreiteiros não fossem convocados para depor.
O ministro do TCU, por determinação do ministro do Supremo Tribunal
Federal, Teori Zavascki, passou a ser investigado na operação Lava Jato
por suposta cobrança de propina de empreiteiras. O pedido para a
investigação foi formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot.
Sérgio Machado, o autor da última delação,
“grampeou” a cúpula do PMDB e acusou as principais lideranças do partido
de ter recebido propinas intermediadas por ele. Ao todo, R$ 100 milhões
dos R$ 115 milhões desviados teriam sido usados para beneficiar
políticos do PMDB, entre eles, o presidente interino Michel Temer (SP).
Também teriam sido beneficiados políticos do PT, PSDB, PP, DEM, PCdoB e
PV.
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