segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Em Itaporanga, moradores se cotizam e fazem obra que seria responsabilidade do município

Eles pagam diversos impostos, alguns embutidos nos produtos que compram e outros, como o IPTU, cobrados diretamente e que deveriam ser destinados para melhoria das condições da rua onde moram, mas a omissão do poder público levaram os moradores a tirarem do próprio sustento dos filhos o dinheiro para fazer uma obra que seria de responsabilidade do município. 

                Mais de vinte residentes da Rua Domiciano Vieira Gomes, que fica entre a Marta Batista de Moura e a Mãe Burrego, cotizaram-se e conseguiram arrecadar recurso financeiro suficiente para fazer o esgotamento da artéria. Eles canalizaram o esgoto de toda a rua e interligaram ao canal que conduz os dejetos para a lagoa de tratamento de esgoto da Cagepa. A obra custou 3.600 reais e levou cerca de duas semanas.
                Pelo valor, relativamente baixo, alguém pode até pensar que a obra foi fácil, mas não foi. O baixo custo é resultado de dinheiro bem aplicado, o que não ocorre com o poder público. “Se fosse dinheiro público, eles iriam gastar e desviar meio mundo de dinheiro e o serviço poderia até nem prestar, como a gente vê por aí”, lamentou um morador.
                “O que mais prejudicava a gente era esse esgoto, então os moradores resolveram se juntar e fazer, porque a gente tem crianças e não podia criar os filhos em uma situação daquela”, disse uma moradora da rua, que não é calçada, mas o problema do esgoto era o que mais afetava os residentes. Foram eles também que, por conta própria, dois anos atrás, estenderam a rede da Cagepa para terem acesso à água, segundo informaram.
                Em várias ruas da cidade há obras feitas pelos próprios moradores, muitas das vezes gente humilde, que, cansada de esperar pelo poder público e já sem esperança, decide tirar do próprio bolso o patrocínio de obras de interesse público.

Folha do Vale

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