quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Chapolin completa 45 anos; veja dez curiosidades do herói latino

"Sigam-me os bons" e "não contavam com minha astúcia" são frases que você certamente já ouviu na TV. Os bordões são de Chapolin Colorado, um dos poucos heróis latino-americanos, que completa 45 anos de sua primeira exibição na TV nesta quinta-feira (19).
Criação do comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), o herói atrapalhado, medroso e mulherengo surgiu dois anos antes da série mais famosa do humorista, "Chaves".
A data de estreia de "Chapolin" foi descoberta por fãs que compram guias de programação de TVs mexicanas dos anos 1970. Somente assim foi possível saber quando foi ao ar o primeiro episódio do herói, já que Televisa e SBT informam apenas o ano de lançamento (1970).
"Chapolin" começou como um quadro do programa "Los Supergenios de la Mesa Cuadrada", inédito no Brasil. Apesar do figurino e cenário toscos, o programa elevou a audiência da TIM (Televisión Independiente de México) e ganhou horário próprio em 1973, com episódios de 30 minutos, assim como "Chaves", quando a emissora uniu-se ao Telesistema Mexicano, formando a rede Televisa.
No Brasil, "Chapolin" (também chamado por aqui de Polegar Vermelho) e "Chaves" estrearam no SBT em agosto de 1984. Atualmente, o herói está fora do ar. No México, a Televisa produziu 48 episódios da primeira temporada do desenho animado "El Chapulín Colorado".
Sabia que Chapolin Colorado quase foi verde? E que "chapolin" é um inseto comestível no México? O herói também já insinuou que era filho de Lois Lane, a amada de Clark Kent (Super-Homem). O UOL lista dez curiosidades sobre o personagem e a série:

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Chapolin é comestível

"Chapulín" (nome original do herói) é uma espécie de gafanhoto muito apreciada pelos mexicanos, que comem o inseto frito ou refogado em diversos pratos. Roberto Gómez Bolaños teve a ideia de representar o personagem como um ser pequeno e quase inofensivo, o que Chapolin costuma aparentar nos episódios. Fraco, o herói assume ser medroso, porém enfrenta seus medos e muitas vezes consegue superá-los.
Montagem/UOL
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Chapolin "verde"

O Chapolin Colorado, quem diria, quase foi verde. Bolaños criou o herói como "Chapolin Justiceiro" e queria que o uniforme dele fosse esverdeado. Entretanto, encontrou na emissora mexicana onde trabalhava tecidos de apenas quatro cores. Preto (muito fúnebre), branco (prejudicaria a iluminação), azul (impróprio para os "defeitos" especiais criados no chroma-key) e vermelho, que acabou sendo a opção escolhida.
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Chapolin substituiu piadas "incorretas"

Bolaños criou Chapolin após ter eliminado o programa "La Mesa Cuadrada", em que um professor, um médico e um bêbado tiravam sarro de temas da atualidade, com trocadilhos e piadas "politicamente incorretas", como os programas brasileiros "Casseta & Planeta" e "CQC". Uma brincadeira com o cineasta Emilio Fernández foi a gota d'água para o comediante, que diminuiu cada vez mais o tempo do humorístico e aumentou o de Chapolin.
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Pioneiro no exterior

"El Chapulín Colorado" foi um dos primeiros programas mexicanos exportados para o resto do mundo e abriu as portas para outros produtos locais, como as famosas telenovelas. O herói, ao lado de "Chaves", foi exibido em mais de 100 países e traduzido para mais de 50 idiomas. Ainda é transmitido em dezenas de países da América Latina, mas atualmente está fora do ar no Brasil.
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Rivalidade com heróis americanos

Patriota, Chapolin defende que seus protegidos não precisam de "heróis importados", em referência a Super-Homem e outros personagens norte-americanos. Por ser atrapalhado, entretanto, é zombado por quem o chama para pedir socorro. Ele já ouviu de uma vítima que teria sido melhor chamar Batman. Chapolin respondeu insinuando a sexualidade do "rival": "Em primeiro lugar, Batman não está porque está em lua de mel com Robin".
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Chapolin e a Guerra Fria

Bolaños costumava relembrar acontecimentos e personagens históricos em seus programas, como a queda de Napoleão Bonaparte, a história de Cleópatra e a Guerra de Secessão. Em um episódio inédito no Brasil, um soviético quer obrigar uma camponesa a se casar com ele. A moça chama por Chapolin, mas quem aparece é Super Sam (Ramón Valdés), sátira ao Tio Sam norte-americano. A disputa dos dois foi ao ar em 1973, em plena Guerra Fria.
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Ferimento real antecipou fim

Bolaños decidiu terminar com Chapolin em 1979 após se machucar de verdade em uma cena em que atrapalhava uma construção e cortou o supercílio ao tropeçar em uma parte do cenário. Nos episódios seguintes, usou um tapa-olho igual ao de um pirata para esconder os pontos no rosto. O comediante, na época com 50 anos, achou arriscado continuar interpretando o super-herói e decidiu encerrar o programa.
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Despedida? Nem tanto

Semanas após o acidente, Bolaños gravou o episódio de despedida de Chapolin, em que relembra momentos da série com os atores interpretando eles mesmos. No final, Bolaños, vestido de Chapolin, agradeceu à equipe técnica e todo o elenco, inclusive Carlos Villagrán e Ramón Valdés, que tinham deixado o programa. Apesar de ter anunciado o fim do personagem, Bolaños voltou a gravar em 1980, dentro do programa "Chespirito", até 1992.
Reprodução/SBT
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Filho de Lois Lane?

Em um episódio de 1989, o herói revelou a origem de seu nome. "Chapolin" veio do padrinho, que estudava insetos (chapolin, como já foi dito, é um gafanhoto). "Colorado" é o sobrenome de seu pai. Já o sobrenome da mãe é, segundo Chapolin, Lane. Perguntado se era o mesmo de Lois, Chapolin deu a entender que era filho da namorada de Clark Kent, o Super-Homem.
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Em Marte antes de Matt Damon

Antes de Matt Damon viajar pelo espaço em "Perdido em Marte", Chapolin Colorado já tinha visitado o planeta vizinho em 1981, dentro do programa "Chespirito". Na história, o herói ajudou dois astronautas a se comunicarem com a Terra. No Brasil, o SBT transformou os dois episódios especiais em filme, "Aventuras em Marte", com raríssimas exibições.

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